30/05/2010

Nuvem

Ventila a carne dos quadris
Esqueci as nuvens sobre as pedras
Completei as espumas e as águas contaminadas com meu suor
Matei mosquitos e aranhas
E vomitei ladeira a baixo
Encharquei meus resíduos de impureza, com sal
Para aprender a viver normal
Ardem os pratos
E queimam os cantos
O pus e o sangue se escondem
Na fresta de uma incerteza
Brotam sonhos de sede
Correm rios de catarro
A fome é um prato nauseante de solidão
Respiração e movimento
Vertigem e esquecimento
Eu olho para o teto
E esqueço que deixei as nuvens vazando pelas frestas de
[pedras
Ou eram pelas canecas das celas?
Eram só nuvens evaporando no meu par de amídalas
Par de meias
Par de orelhas
Par de olheiras
Par de quadros ímpares
Par de narinas líquidas
Par de desintoxicados orifícios.


(26-08-06)
diego marcell - poética em estética modertrô

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.