30/07/2010

Masculina feminino

Molho meu contorno
Sentindo a cor nos dedos
Come quente o frio
Por apenas chegar em casa
As letras das musicas
E a gasolina
Alastram-se por outro motivo
Um é a comida
O outro a preguiça
E ambos são femininos
Embora eu não admita
Embora eu sendo masculina
No substantivo
Admito-me feminina
No positivo e operante
Que se expande ao meu amor
Que me falta na noite
E logo quando eu acordo, também
Que poderia me saciar a adrenalina
Ou apenas, me por para dormir
Em seus seios nus
Em pleno inverno sulista
E aí esqueceria todas as aulas
Todas as músicas
Todas as almas
E apenas sonharia feliz.

(22-07-06)
diego marcell - poética em estética modertrô

27/07/2010

Miolo

A cidade embaçada
Não responde ao vomito
Não é noite por completo
Mas o sol é menos que o cigarro aceso
No desespero
No desamparo de um caos
Óculos te fazem fugir
E o café te faz sorrir
A consciência é a conhecidência
Quer te confundir
Em Miami ou Curitiba
É sem saída, só uma saída
Um telefone, um poema
Em um papel na sarjeta
Pedindo a correnteza, que lhe abrigue
Que lhe guarde no aconchego
Do esgoto dos livros
Nos pigarros da fonética
Morreram mudos de tanto esquecer
Que foi uma moça
Um talvez
Ex-futuro amor
Em busca de liberdade
Em busca do miolo humano.

(31-07-06)
diego marcell - poética em estética modertrô

25/07/2010

Segmento

Momento estrela, um flash back ruim
Lembranças uniformes, de um segmento
Balancem a terra, com seu medo de ver
De me ver balançar, sua cabeça ruim
Sinta o caos, na paz do tédio
Sinta a paz, nas turbulências do caos
Pois sua marca, não significa nada
E o seu medo, se resume a dinheiro.

diego marcell - poética em estética modertrô

(27-05-06)

23/07/2010

Contorno vivo, sonoro.

Choveu na merda e nos livros do Zé
O Estado de papel no bueiro descansa
Para o nosso descanso, engano de acomodação
Os presidentes cagam no quintal
E o dinheiro brota no bueiro,
Sintam o cheiro!
O glíter gringo que detona nossa cútis
E nossa plantação tomada pelas pragas do Roberto Marinho
No árduo espaço ilegal, é legal de ir
É ilegal de documento, pois pra tudo cobram
E se não recebemos, não nos legalizamos
Essa é a lei do marginal
Assumo-me, porque entre nós, somos a elite
Elite de conhecimento
“somos cult”
E o governo é o popular
O governo é o Chacrinha, o Faustão
E tudo é um espelho
O Lula é o marginal
Nós somos a elite
E tudo é uma ciranda
E tudo é uma elipse.

diego marcell - poética em estética modertrÔ
(01-08-06)

17/07/2010

Para o meu amor, neste dia, Raquel amor da minha vida.

Linda
Amar-te para sempre
Como eterna vertente
De Deus
Fomos feitos assim
Presentes
Incompreendidos
Dependentes
Da perfeição.
Posso correr, lado a lado
Pelo mundo apressado
Mas só com você
Posso viver
As belezas abstratas da pele.
Por isso prefiro
Ficar sem longas conversas ao telefone
E esquecer que o calor...
Do beijo, é resposta para todas as tentativas
De compreensão.
Prefiro ficar no silencio
Sentir saudade
Passar um dia
E me derreter nos seus braços
Amanhã
Realizando todas as fantasias
De amor e desejo.
Vou mergulhar no lago
Dos seus olhos
Lambendo seus pensamentos
Fazendo-te sentir os códigos do meu ser
Tentando, batalhando, sofrendo para você me entender
Ou pelo menos...
Tentando
Batalhando
Sofrendo
Tentar aceitar meus desentendimentos internos
Que buscam a perfeição das coisas imperfeitas
Mas que ama, acima de tudo, ama
E, que acredita, que o amor fabrica
Uma maneira de aceitar
De aprender;
Ao amor, jogo a responsabilidade
De nos acertar
Muito mais que o tempo
Pois o tempo é longo
E o amor, imediato
Pelo menos, a vontade de ele realizar
Nossas mudanças
Apenas para o bem
Dele mesmo.
Eu te amo
Mais que a minha compreensão
Amo com a certeza da vontade de Deus.

(06-06-07)
diego marcell - poética em estética modertrô

06/07/2010

Querer ou pensar

Você não compreende
O sabor do outro
O palco estrala
E você não inala, a dramatização
Tem que ser do meio
Ouvir aceitando
Aprendendo ao negar
Ser eu, você, ser só
Nada mais que ser todos.

(14-06-06)
diego marcell - poética em estética modertrô

03/07/2010

Breve momento deprê

O conjunto da falta
Transborda o vazio
Sorrisos sem palavras
Quebram a alegria
Dê-me a alegria
Traga-me de volta
Roda na euforia
A falta de alegria.

diego marcell - poética em estética modertrÔ
(02-07-06)

01/07/2010

Raiva

Um dia eu vou ficar louco
E quebrar o silêncio
Com fragmentos de verdade
Fazendo-te cair no mar
E se afogar, no marasmo da ignorância
Que foi amarrado como pedra
No tornozelo
Dês do dia, que se despiu
Da placenta

diego marcell
(2005)